Roger Waters rebate acusação de apologia ao nazismo: "Querem me caluniar" Ministério da Justiça do Brasil recebeu um pedido para proibir os shows do ex-vocalista do Pink Floyd no país.
Nesta semana, o Ministério da Justiça do Brasil recebeu um pedido para proibir os shows do ex-vocalista do Pink Floyd
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- Publicação: 10/06/2023 19:18
O cantor Roger Waters se pronunciou através de uma nota oficial sobre a performance durante um show em Berlim, no dia 17 de maio, em que ele aparece vestido em um uniforme com referências nazistas.
O pronunciamento, emitido neste sábado (10/6), ocorre na semana que o Ministério da Justiça do Brasil recebeu um pedido para proibir os shows do ex-vocalista do Pink Floyd no país.
Em nota, Roger Waters disse que recebeu "ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais". Segundo o artista, o figurino era uma forma de demonstrar sua oposição ao nazismo e à intolerância.
"Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, a injustiça e ao fanatismo em todas as suas formas", justifica em um trecho.
Na apresentação em Berlim, o co-fundador do Pink Floyd aparece vestindo uma camisa e um sobretudo pretos com elementos de cunho nazistas, além de uma espécie de metralhadora falsa, disparando tiros fictícios.
A polícia alemã abriu uma investigação contra o astro do rock por incitação ao ódio.
Rogers afirma ainda que as insinuações acerca de seu posicionamento político não o impedirão de continuar protestando.
"Independente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem."
Confira o comunicado:
Minha recente apresentação em Berlim recebeu ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais.
Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, a injustiça e ao fanatismo em todas as suas formas.
As tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são dissimuladas e politicamente motivadas.
A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica dos meus shows desde “The Wall”, do Pink Floyd, em 1980.
Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que os veja.
Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa - ela se tornou uma lembrança permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado.
Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço final.
Independente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem.