"Contexto de brincadeira", diz juiz ao absolver vereador acusado de racismo
Camilo Cristófaro foi absolvido depois de dizer, em plenário que não lavar calçada "é coisa de preto, né?". O juiz alegou que era necessário comprovar "a consciência e a vontade de discriminar"
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- Publicação: 14/07/2023 00:04
O vereador Camilo Cristófaro (Avante), da cidade de São Paulo, foi absolvido pela Justiça de São Paulo de uma acusação de racismo, nesta quinta-feira (12/7).
No último dia 3 de maio, o vereador disse em plenário que "não lavar a calçada... é coisa de preto, né?".
O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares entendeu que o político não teve intenção de discriminar e que a fala foi "extraída de um contexto de brincadeira".
A fala do vereador foi captada pelo sistema de som do plenário.
Em julho, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou o político pelo crime de racismo.
No entanto, o juiz entendeu que “era necessário que ficasse devidamente comprovada nos autos não somente sua fala, mas também a consciência e a vontade de discriminar, pois não fosse assim e bastaria que se recortassem falas de seus contextos para que possível fosse a condenação de quem quer que fosse".
"A fala do acusado, como se demonstrou de forma exaustiva pelas testemunhas ouvidas em juízo, foi extraída de um contexto de brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação, de discriminação ou coisa que o valha", decidiu Soares.
Depois que a fala veio à tona, Cristófaro se defendeu da acusação e disse que foi uma "brincadeira com um amigo" e que ele não é racista.
Também foi aberto contra o vereador um processo disciplinar na Câmara Legislativa de São Paulo, mas está parado.