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Carlos Bolsonaro e Flávio criticam divulgação de valores recebidos pelo pai

Jair Bolsonaro recebeu R$ 17 milhões por Pix, apontou o Coaf. Segundo os filhos do ex-presidente, o pai é vítima de "assassinato de reputação"
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 28/07/2023 17:42

Filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos (Republicanos-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticaram o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por divulgar valores recebidos pelo pai via Pix.

Segundo o órgão de inteligência, o ex-chefe do Planalto recebeu R$ 17 milhões em 769 mil transações.

Para Flávio, seu pai é vítima de "assassinato de reputação".

Ele publicou um tuíte que compara a divulgação das contas pelo Coaf com o sigilo de Adélio Bispo, preso em 2018, após dar uma facada em Jair Bolsonaro, durante a campanha a presidente.

"Um assassinato de reputação sem precedentes contra o melhor presidente que o Brasil já teve!

Reviram tudo, não encontram nada e mais uma vez quebram a cara! 

Nunca houve qualquer vazamento, quebra de sigilo ou exposição, sem embasamento, de nenhum ex-presidente na história do país, mas contra Bolsonaro vale tudo! 

Sabe o que assusta?

O tamanho da vaquinha espontânea feita por milhões de brasileiros ao presidente mais popular do país para ajudá-lo a pagar multas milionárias por estar na linha de frente na pandemia salvando vidas e empregos Na democracia relativa, quebram sigilo de todo mundo de maneira ilegal, menos de Adélio Bispo! 

Engana-se quem pensa que o Brasil está caminhando a passos largos rumo à Venezuela, Cuba e Nicarágua.

O país já está nos 100m rasos e SEM BARREIRAS. 

Este crime terá que ser explicado!", protestou o parlamentar.



A publicação das transações do Pix de Jair Bolsonaro também foi criticada pelo filho Carlos.

O vereador usou o Twitter para comparar a democracia brasileira ao regime político venezuelano.

"Na democracia comunista relativa vale tudo!

Já vivemos na Venezuela!", escreveu Carlos, ao comentar um tuíte que, assim como o dele, critica a publicação do Coaf.

Registros no Coaf

O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras publicou que o ex-presidente Bolsonaro recebeu  quase R$ 17,2 milhões via transação por Pix, nos primeiros seis meses de 2023.

Nesse período ocorreu um movimento intenso das chamadas vaquinhas (doações) de apoiadores ao ex-mandatário.

Essas "ajudas"  a Bolsonaro ocorreram sob o pretexto de ajudá-lo a pagar multas referentes ao não uso de máscaras, durante a pandemia de covid-19.

As informações inicialmente foram divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo e mostram também que entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho, o ex-presidente da República recebeu mais de 769 mil transações via Pix, totalizando R$ 17.196.005,80. Ao todo, Bolsonaro movimentou no período R$ 18.498.532.

Segundo o relatório do Coaf, entre os principais doadores estão empresários do agronegócio (que depositaram R$ 20 mil); um dono de uma companhia da construção civil, com R$ 10 mil; e um escritor, que doou R$ 10 mil.

Defesa de Bolsonaro critica vazamento

O ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência e advogado de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, criticou nesta quinta-feira (27/7) vazamentos da informação de que Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões em transferências por Pix no início do ano.

"São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa", escreveu Wajngarten em sua conta no Twitter.

"Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas.

Quem vazou será criminalizado", acrescentou.




No tuíte, Wajngarten também criticou a divulgação da informação de que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, movimentou R$ 3,2 milhões entre julho de 2022 e janeiro de 2023.

Mauro Cid está preso por ser suspeito de participar de esquema que investiga fraude de cartão de vacina de Bolsonaro, sua filha mais nova e familiares do ex-ajudante de ordens da presidência.

Cid ainda é investigado por participar e arquitetar tramas golpistas.