Carro Golpe da batida: esquema contava com ex-PM, advogada e empresário
O grupo foi preso na manhã desta segunda-feira (18/9) no âmbito da operação Coiote, desencadeada pela 18ª Delegacia de Polícia
- Categoria: Geral
- Publicação: 18/09/2023 22:21
Empresário, ex-policial militar e outras quatro pessoas estão envolvidas por participarem de uma organização criminosa especializada em aplicar golpes em seguradoras de veículos.
O grupo foi preso na manhã desta segunda-feira (18/9) no âmbito da operação Coiote, desencadeada pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia).
Os criminosos atuam, pelo menos, desde 2015, e já simularam 12 acidentes de trânsito e destruíram um total de 25 veículos, gerando um prejuízo às empresas seguradoras que supera R$ 2 milhões.
Os acidentes foram forjados nas cidades de Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Brasília e envolveram veículos de luxo, como Porsche, BMW, Audi, Volvo e Mercedes.
Na manhã de ontem, além dos seis mandados de prisão temporária, houve o sequestro judicial de 20 veículos e o bloqueio de R$ 2 milhões das contas dos investigados.
Organizados e articulados, os criminosos se dividiam em tarefas para o cometimento de crimes e, consequentemente, para despistar a polícia e atrapalhar as investigações.
Organizados e articulados, os criminosos se dividiam em tarefas para o cometimento de crimes e, consequentemente, para despistar a polícia e atrapalhar as investigações.
À frente do grupo ficava o ex-PM Rosenberg Freitas Silva e um empresário de Taguatinga chamado Glauber Henrique. Rosenberg foi licenciado da PMDF em razão da emissão de 150 cheques sem fundos.
“Cabia à dupla adquirir os veículos, registrar as ocorrências e envolver parentes e amigos nos registros dos acidentes, contratação dos seguros e recebimento das indenizações”, detalhou o delegado Fernando Cocito, chefe da 18ª DP.
A dupla contava com o apoio das esposas, uma delas advogada, que cediam os dados
pessoais para o registro dos acidentes forjados, adquiriam veículos, contratavam apólices de seguro e recebiam indenizações.
Operação
O esquema funcionava da seguinte forma: o grupo adquiria os veículos importados com certo tempo de uso e de difícil comercialização para forjarem as batidas.
Depois, os carros eram consertados e eram contratados seguros, com valor de indenização correspondente a 100% da tabela Fipe, muito superior ao valor de aquisição e conserto dos carros.
Nas colisões propositais, o carro dava perda total e, para driblar o mercado segurador e dificultar a descoberta de vínculos criminosos, os autores se revezavam na condição de proprietário, contratante do seguro, condutor, terceiro envolvido no acidente e recebedor da indenização, às vezes via procuração.
As ocorrências dos “acidentes” eram registradas na Delegacia Eletrônica, de forma a afastar os questionamentos da polícia.
Os mandados de busca foram cumpridos em Taguatinga Norte, Vicente Pires e Ceilândia.
Todos os investigados serão indiciados pelo crime de organização criminosa, que prevê pena de reclusão de 3 a 8 anos.