Dino sobre teor da delação de Cid: "Crimes graves ocorreram"
Ministro destacou que a PF investiga o caso de forma independente, e caberá a Justiça responsabilizar os envolvidos. "Realmente é algo impactante", acrescentou sobre o caso
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- Publicação: 22/09/2023 21:19
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse já ser possível "vislumbrar" a gravidade dos crimes envolvidos no inquérito sobre possível tentativa de golpe no Brasil.
Dino comentou nesta sexta-feira (22/9) a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, que revelou reunião entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas para discutir plano golpista.
Dino visitou hoje o Santuário Nacional de Aparecida, São Paulo, onde conversou brevemente com a imprensa.
Questionado sobre possível indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro disse estar preparado, mas ressaltou que ainda não recebeu convite e está focado no trabalho do ministério.
"É um documento probatório muito forte.
A chamada colaboração premiada, segundo a lei brasileira, é um meio de produção de provas, de acesso a provas.
Claro que a polícia está fazendo o seu trabalho.
Depois, a Justiça. Mas abriu caminhos novos para que todos alcancemos a verdade", avaliou Dino sobre a delação.
O ministro destacou ainda que a Polícia Federal investiga o caso de forma independente, e caberá a Justiça responsabilizar os envolvidos.
"Infelizmente, a essas alturas já é possível vislumbrar que muitos crimes graves ocorreram, inclusive essa preparação de um crime que seria um golpe de Estado.
Realmente é algo impactante", acrescentou.
Indicação ao STF ainda "não bateu à porta"
Dino é considerado favorito para a vaga da ministra Rosa Weber no STF.
Ele, porém, mantém uma campanha discreta.
Questionado se aceitaria a indicação, não negou.
"Eu me dedico ao Direito a vida inteira. Sou professor, fui juiz.
Se o presidente Lula achar que essa é uma missão necessária...
claro que eu tenho que conversar com minha família, é uma mudança de vida muito profunda", respondeu.
Ele disse, contudo, que tem um espírito prático e que o "problema" só existe quando bater em sua porta, o que ainda não ocorreu.
"Estou focando no trabalho do ministério, marcando agenda já até janeiro do ano que vem", afirmou Dino.