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"Muita gente não desejava largar o poder" após eleições

O ministro da Defesa comentou nesta sexta-feira (22/9) a suposta adesão do ex-comandante da Marinha a plano golpista de Jair Bolsonaro (PL). Encontro foi delatado por Mauro Cid
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 23/09/2023 02:39

ministro da Defesa, José Múcio percebeu que "muita gente não desejava largar o poder" após as eleições do ano passado. Ele comentou nesta sexta-feira (22/9) a suposta adesão do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, a um plano golpista apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Múcio disse não saber se o comandante da Marinha "tinha aspirações golpistas".

Destacou, porém, que o almirante foi o único a não recebê-lo durante o período de transição.

Apesar do risco de um golpe de Estado, o ministro frisou que as Forças Armadas garantiram a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Na realidade, a gente percebia que muita gente não desejava sair do poder. Largar o poder.

Mas, no dia 1º de janeiro, as Forças Armadas garantiram a posse do presidente, e estamos vivendo a nossa plenitude democrática", comentou o ministro a jornalistas na porta do Ministério da Defesa, após ser questionado sobre Garnier.

Cid delatou plano golpista

Ontem (21), a colunista do O Globo Bela Megale revelou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, delatou à Polícia Federal que Bolsonaro apresentou uma minuta golpista em reunião com os três comandantes das Forças Armadas.

Apenas Garnier teria apoiado a proposta de acordo com Cid.

O plano incluiria prisão de opositores e a realização de um novo pleito.

O almirante era o mais alinhado ao bolsonarismo, e questionava as urnas eletrônicas.

"Ele não me recebeu, eu percebia.

Os outros comandantes me receberam.

Não sei se ele tinha aspirações golpistas, mas a gente via.

Os jornais falavam.

Era outro governo, outros comandantes, outro presidente da República", respondeu Múcio sobre o almirante.

Após a revelação de Cid, a defesa de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente "jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei".