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Silvio pede ação contra deputados por espalharem mentiras

Nikolas Ferreira e Filipe Barros entram na mira da AGU por divulgarem inverdades sobre banheiros unissex, que, segundo os parlamentares, teriam sido "decretados" em todo o país pelo presidente Lula
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 24/09/2023 18:48

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania Silvio Almeida acionou, ontem, a Advocacia-Geral da União (AGU) contra os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Filipe Barros (PL-PR) pela divulgação de mentiras sobre a obrigatoriedade de banheiro unissex no Brasil.

Nas redes sociais, os parlamentares bolsonaristas divulgaram vídeos nos quais afirmam que o governo federal "instituiu" banheiros que permitem a frequência de dois gêneros nas escolas.

As publicações geraram polêmica e foram repercutidas por outros personagens políticos, como o senador Sergio Moro (União-PR).

No X (antigo Twitter), Silvio disse que "quem usa a mentira como meio de fazer política, incentiva o ódio contra minorias e não se comporta de modo republicano tem que ser tratado com os rigores da lei.

É assim que vai ser". Sobre Moro e o ex-deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei — que também repassou adiante a mentira —, o ministro anunciou que também serão estudadas medidas.

Na sexta-feira, a pasta comandada por Silvio publicou no Diário Oficial da União (DOU) uma resolução que estabelece parâmetros para a garantia das condições de acesso e permanência de um grupo social nos sistemas e instituições de ensino.

A medida tem como público-alvo travestis, transexuais, transmasculinos, pessoas não binárias e todos que tenham sua identidade de gênero não reconhecida em diferentes espaços de convivência.

Sem obrigatoriedade

Em nota, o MDHC informou que, diferentemente do que está sendo propagado pelos bolsonaristas, o documento não tem caráter de obrigatoriedade e tampouco cita banheiros unissex.

"Não há decreto, ordem emanada de autoridade superior que determine o cumprimento de resolução sobre o tema.

O documento também se ocupa de medidas que minimizem o risco de violência e discriminações", salientou.

Segundo o ofício do ministro à AGU, os comentários de Nikolas e Filipe não foram apenas ofensivos como também se tratam de crimes contra a honra e de dano moral cometido em face do ministro e do presidente da República.

"Trata-se de divulgação de fake news que claramente tem como objetivo provocar o pânico moral e expor ainda mais as pessoas LGBTQIA ao ódio e à repulsa social provocada pelo preconceito e pela discriminação", observa Silvio.

A AGU, por sua vez, apontou que Nikolas que é réu em processo por transfobia em Minas Gerais por conta de um vídeo no qual supostamente incita à discriminação e ao preconceito de raça contra uma estudante — e Filipe divulgaram informações "deliberadamente falsas".

Segundo a Advocacia da União, foi determinado à Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) que analise o caso para a tomada de medidas judiciais.