Pacheco: "É preciso restringir o acesso ao STF" Senador critica o fato de partidos sem representatividade ajuizarem ação no Supremo e defende uma "cláusula de barreira"
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco
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- Publicação: 10/11/2023 10:45
Depois de conduzir a votação da Reforma Tributária em dois turnos no plenário, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), demonstrou otimismo e defendeu urgência na tramitação do texto na Câmara para que a emenda constitucional seja promulgada ainda neste ano.
Ao contrário do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Pacheco vê com certa reserva a hipótese de que essa promulgação se dê pelo fatiamento de trechos em comum aos dois textos: o do aprovado na Câmara e o do Senado, como sugeriu Lira.
Ele entende ser uma tese possível, e até cita que algo parecido se deu na Reforma da Previdência, mas, prudente, avaliou que a Reforma Tributária requer mais cuidado.
"É uma engrenagem que não pode ser desmontada", ponderou, em entrevista ao Correio.
O presidente do Senado foi convergente com Lira em outro tema.
O senador também defende um "filtro", uma "cláusula de barreira" que impeça que partidos com pouca representatividade acionem o Supremo Tribunal Federal (STF) para alterar leis e projetos aprovados pelo Congresso Nacional.
O parlamentar revelou que está sendo estudada uma forma de votar uma medida nesse sentido.
"Há um excesso de ações que provocam o Supremo.
A legitimidade para entrar com uma ação é muito ampla.
É preciso restringir o acesso ao STF.
Pensar que uma lei votada no Congresso Nacional pode ser questionada por um partido que representa uma minoria de poucos parlamentares, e que se possa fazer um terceiro turno no STF de algo eminentemente legislativo, é um equívoco.
É preciso um filtro de acesso à Suprema Corte.
Uma cláusula de barreira."
Ainda sobre o STF, Pacheco defendeu a aprovação da emenda que restringe decisões monocráticas de ministros do tribunal.
Essa PEC tramita no Senado e está pautada para ser votada no próximo dia 21.
Se pudesse votar, o parlamentar disse que seria a favor.
Presidente do Senado só vota em caso de desempate ou em votações secretas.
Na entrevista, Pacheco afirmou, ainda, que vai se dedicar, em 2024, a tentar aprovar o fim da reeleição para cargo executivo e estipular um mandato de cinco anos.
"O país vive um estado permanente de eleição.
É preciso acabar com o sentimento de que alguém entra no mandato sempre pensando na reeleição e deixa de tomar decisões corretas e devidas", argumentou.