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Golpista a Jordy em mensagem antes do 8/1: "Bom dia, meu líder"

Polícia Federal aponta forte ligação do parlamentar Carlos Jordy com homem acusado de atuar na organização dos atentados em Brasília
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 18/01/2024 13:20

A Polícia Federal aponta uma "forte ligação" do deputado Carlos Jordy (PL-RJ) com Carlos Victor de Carvalho — identificado como um dos líderes dos atentados de 8 de janeiro, em Brasília.

Victor morava em Campos dos Goytacazes (RJ), era vereador suplente da Câmara Municipal da cidade e servidor da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que o parlamentar trocou mais de 600 mensagens, fotos, vídeos e outras mídias com Carlos Victor.

As conversas ocorreram principalmente entre agosto e outubro de 2022, período eleitoral. Jordy foi alvo de mandados de busca e apreensão em Brasília.

Ele teve o celular apreendido.

De acordo com as investigações, após o ex-presidente Jair Bolsonaro perder as eleições, o acusado pediu orientações e autorizações ao parlamentar para deflagrar atos contra o resultado do pleito.

Carlos Victor liderava cerca de 20 grupos de redes sociais com objetivos antidemocráticos — de acordo com as acusações.

Em uma das mensagens, o acusado pede orientações ao parlamentar.

"Bom dia meu líder.

Qual direcionamento você pode me dar?

Tem poder de parar tudo", declarou.

Jordy então responde perguntando se o acusado poderia atender uma ligação.

A PF diz que Carlos Victor participou dos atentados em Brasília e, mesmo após foragido, manteve contato com o deputado.

"Foi apurado ainda no curso da investigação, quando da análise das mídias, de dados obtidos nas contas de e-mail ou em fontes abertas, foi possível colher indícios que Carlos Victor de Carvalho possui fortes ligações com o Deputado Federal Carlos Jordy, que transpassam o vínculo político, vindo denotar-se que o parlamentar, além de orientar, tinha o poder de ordenar as movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região", afirma a PF.

Pelas redes sociais, o congressista nega as acusações e diz que não participou da preparação e organização dos ataques.

"Eu, em momento algum do 8 de janeiro, incitei, falei para as pessoas que aquilo ali era correto.

Pelo contrário.

Em momento algum eu estive nos quartéis-generais quando estavam acontecendo todos aqueles acampamentos.

Nunca apoiei nenhum tipo de ato, tanto anterior ou depois no 8 de janeiro.

Embora as pessoas tivessem todo o seu direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito", afirmou.