PF investiga se Abin atuou para livrar filhos de Bolsonaro de processos
Enquanto chefiada por Ramagem, Abin produziu provas para salvar filhos do ex-presidente. Em um desses casos, envolvendo Jair Renan, o inquérito foi arquivado
- Categoria: Geral
- Publicação: 25/01/2024 14:44
A Polícia Federal investiga se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) montou uma investigação paralela para livrar Jair Renan de um inquérito que apurava negócios envolvendo o filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A investigação, na época, pretendia esclarecer se Jair Renan usou o acesso ao Planalto para obter benefícios pessoais.
O filho mais novo do ex-presidente teria recebido um carro elétrico de uma empresa, avaliado em R$ 90 mil, que era usado por um amigo e preparador físico de Renan.
Um mês após a doação, a empresa conseguiu uma agenda para encontro com o então ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, com participação de Jair Renan.
O caso foi arquivado em agosto de 2022.
Sob antigo comando, a PF citou em um relatório que a Abin atrapalhou a investigação contra o filho do ex-presidente.
Segundo a reportagem apurou com quem cuida dessas investigações, há indícios de que a Abin, também na gestão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), tenha atuado numa espécie de “salvamento”, produzindo provas em favor de outro filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no caso das “rachadinhas”, enquanto era deputado estadual.
Operação
Chefe da Abin no governo Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi alvo de busca e apreensão.
O apartamento funcional e o gabinete dele, na Câmara, foram alvos de gentes da PF.
Os outros mandados ocorreram em Brasília (16), Juiz de Fora (MG) (1), São João Del Rei (RJ) (1) e Rio de Janeiro (1).
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Ramagem passou um breve período como assessor da Presidência e depois foi escolhido para chefiar a Abin em junho de 2019.
Na Câmara, ele é um dos vice-líderes do PL e é titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e do Conselho de Ética.
Ramagem também é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais deste ano.
Até o momento, o parlamentar não se pronunciou sobre a operação da Polícia Federal.
O Correio tenta contato com Alexandre Ramagem, mas até a publicação desta matéria o jornal não obteve retorno.
O espaço segue aberto para eventuais manifestações.