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Brazão, citado no caso Marielle, ganha direito a 360 dias de férias em dinheiro

As férias no Tribunal de Contas abarcam os anos de 2017 a 2022, período em que estava afastado do cargo sob investigação por suspeita de fraude e corrupção, no âmbito da Lava Jato no Rio de Janeiro
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 28/01/2024 00:18

O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) concedeu 360 dias de férias retroativas ao conselheiro Domingos Brazão, citado recentemente em delação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

A decisão, do dia 24 de janeiro, prevê que ele tem o direito ao benefício, com possibilidade de conversão da licença em dinheiro.

Segundo o jornal O Globo, as férias abarcam os anos de 2017 a 2022, período em que Brazão estava afastado do cargos sob investigação por suspeita de fraude e corrupção, no âmbito da Lava Jato, no Rio de Janeiro.

O valor do possível montante não foi divulgado, mas o salário bruto de Brazão chegou a R$ 52,6 mil em dezembro de 2023.

Em delação, Ronnie Lessa apontou que Brazão era o mandante do assassinato de Marielle, segundo o site The Intercept Brasil. 

Em outubro do ano passado, o ex-policial militar Élcio Queiroz - o primeiro acusado a assumir a coparticipação no assassinato - citou Brazão em delação, o que fez com que o caso fosse remetido ao STJ.

Brazão pavimentou sua trajetória política nos subúrbios e na zona oeste do Rio.

Foi em alguns dos bairros mais pobres e afastados do centro que o hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado conseguiu os votos que lhe deram o primeiro mandato, de vereador, em 1996. Em abril de 2015, foi eleito conselheiro do TCE - cargo vitalício, com garantias semelhantes às dos magistrados do Judiciário -, com 61 votos.

Um relatório da Polícia Federal (PF) de 2019 apontou Brazão como o "principal suspeito de ser autor intelectual" dos assassinatos da vereadora e do motorista.

O conselheiro do TCE sempre negou a participação no crime.

Ele já havia sido denunciado em 2019 pela então procuradora-geral da República Raquel Dodge, em 2019, por atrapalhar a investigação, mas a Justiça do Rio rejeitou o pedido.