Holocausto: bolsonaristas apresentarão pedido de impeachment de Lula
Não se pode comparar o incomparável. Nada se compara à maior tragédia da humanidade, que foi o Holocausto e que vitimou 6 milhões de judeus, além de diversas minorias", disse Carla Zambelli (PL-SP)
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- Publicação: 19/02/2024 01:03
Um grupo de mais de 40 deputados federais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) irá protocolar pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela fala do chefe do Poder Executivo neste domingo, 18.
Lula comparou a guerra de Israel contra a Palestina ao Holocausto.
Os deputados citam um trecho da lei que fundamenta os crimes de responsabilidade para justificar o pedido.
O texto diz que é crime "cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade".
Os parlamentares dizem que a afirmação de Lula é "injustificável, leviana e absurda".
É uma afronta aos judeus, aos descendentes do horror do nazismo e algo que só fomenta o crescimento do antissemitismo no Brasil", diz o texto.
Em Adis Abeba, na Etiópia, Lula disse que não há outro paralelo ao que está ocorrendo em Gaza a não ser o que foi feito durante a Alemanha Nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.
"O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula.
Não se pode comparar o incomparável.
Nada se compara à maior tragédia da humanidade, que foi o Holocausto e que vitimou 6 milhões de judeus, além de diversas minorias", disse Carla Zambelli (PL-SP), uma das signatárias.
Para o especialista em Direito Eleitoral Alberto Rollo, é preciso algo além do discurso de Lula para configurar o crime de responsabilidade.
"Entendo que para caracterizar o tipo da lei tem que ter mais do que discurso ou opinião.
Teria que ter envio de armas, soldados, ajuda para a manutenção do conflito", afirma.
"Entendo que comprometer a neutralidade é efetivamente se engajar por um dos lados.
Por enquanto foi só discurso."
Essa não foi a única reação que partiu do Congresso.
No Senado, o grupo parlamentar Brasil-Israel da Casa condenou e classificou como "tendenciosa e desonesta" o pronunciamento de Lula.
Também condenaram a fala o presidente de Israel, Binyamin Netanyahu, e entidades judaicas no Brasil, como a Confederação Israelita do Brasil (Conib).
As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e sérias.
São sobre banalizar o Holocausto e tentar ferir o povo judeu e o direito Israelense de se defender", afirmou Netanyahu em seu perfil no X, novo nome do Twitter.