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Moraes prorroga inquérito das milícias digitais; apuração inclui minuta golpista

Ministro considerou necessidade de mais tempo para prosseguimento das investigações e diligências pendentes. Decisão ocorre no dia em que ele tira o sigilo de depoimentos sobre suposta tentativa de golpe de Estado
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 16/03/2024 20:04

No dia em que tirou o sigilo dos depoimentos sobre a minuta golpista o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes prorrogou, por mais 60 dias, o inquérito que investiga a suposta existência de milícias digitais no país.

Essa apuração engloba apurações que afetam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como a própria suspeita de tentativa de golpe de Estado, da venda de joias e presentes recebidos pela Presidência da República e de fraudes em cartões de vacina.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (15/3), atendendo a um pedido da Polícia Federal.

Moraes ressaltou que o inquérito foi instaurado devido à "presença de fortes acusações e evidências que apontam para a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político".

Segundo o magistrado, esse grupo teria a "nítida específica de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito" e a prorrogação é necessária “considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes”.

Discussão do golpe

O ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, afirmou, em depoimento à Polícia Federal, confirmou à Polícia Federal que Jair Bolsonaro apresentou a ele e aos outros comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto para instaurar um estado de defesa no TSE e "apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral" de 2022.

Segundo o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior, em depoimento à PF, Freire Gomes teria ameaçado, inclusive, ameaçado prender Bolsonaro caso ele tentasse efetivamente o golpe de Estado no Brasil.

“Em uma das reuniões dos Comandantes das Forças com o então presidente da República, após o segundo turno das eleições, depois de o Presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previsto na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, diz trecho do depoimento.