'saidinha' OAB diz que fim da 'saidinha' é retrocesso e pede intervenção do STF
A OAB afirma que o poder público tem o dever de promover a ressocialização dos detentos e que as saídas temporárias são uma política eficiente
- Categoria: Geral
- Publicação: 08/06/2024 20:14
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) declare inconstitucional a lei que acabou com a saída temporária de presos, as "saidinhas", a restabeleça o benefício.
Ao dar entrada na ação, a OAB arrasta o STF para arbitrar o tema, que opõe o Congresso e o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente vetou as mudanças, mas os vetos foram derrubados por ampla maioria.
A OAB afirma que o poder público tem o dever de promover a ressocialização dos detentos e que as saídas temporárias são uma política eficiente para a reintegração gradual dos presos ao convívio social.
Outro argumento é técnico. A OAB lembra que a Constituição proíbe o retrocesso em direitos fundamentais.
"No presente caso, o retrocesso em direitos fundamentais é tão acentuado que nem mesmo na época da ditadura militar o benefício era tão restrito", afirma a entidade na ação.
O Conselho Federal da OAB também sugere o uso de tornozeleiras eletrônicas para "compatibilizar" o direito dos presos sem comprometer a segurança pública.
Antes da reforma na legislação, os presos com bom comportamento tinham direito de sair da prisão para visitar familiares, estudar e participar de atividades de retorno ao convívio social.
A nova lei limitou as saídas temporárias a cursos profissionalizantes ou de ensinos médio e superior.
O ministro André Mendonça chegou a se manifestar sobre a reforma, em outro processo.
Ele já defendeu que a mudança não vale para detentos que já estão presos, ou seja, não tem efeitos retroativos.