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Bolsonaro diz que Witzel pediu vaga no STF para blindar Flávio em investigação

Gravação foi obtida pela Polícia Federal na investigação sobre a Abin Paralela. Sigilo foi derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 16/07/2024 14:32

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel teria prometido ajuda para blindar o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) na investigação das rachadinhas.

Em troca, ele queria ser indicado por Bolsonaro para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

A revelação ocorreu em gravação obtida pela Polícia Federal no inquérito que apura uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal durante o governo Bolsonaro — a chamada "Abin Paralela".

O sigilo foi derrubado nesta segunda-feira (15/7), pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"O ano passado [2019], no meio do ano, encontrei com o [Wilson] Witzel, não tive notícia [inaudível] bem pequenininho o problema.

Ele falou, resolve o caso do Flávio.

'Me dá uma vaga no Supremo.

Sede de poder’”, relatou Bolsonaro.

O ex-presidente complementou: “Então, você sabe o que que vale você ter um ministro irmão teu no Supremo”.

Na gravação obtida pela Polícia Federal, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e Alexandre Ramagem, então diretor da Abin, participam da conversa com as advogadas de Flávio.

Após a revelação de Bolsonaro, as mulheres se surpreendem e Bolsonaro diz que a vaga seria para o juiz Flávio Itabaiana, responsável por julgar a suspeita de rachadinha cometida no gabinete do filho.

A conversa de 1 hora e 8 minutos teria sido feita pelo próprio Ramagem, em 25 de agosto de 2020.

Ele propõe abrir procedimentos administrativos contra os auditores fiscais que investigaram Flávio para anular as investigações, e Bolsonaro concorda.

A estratégia foi colocada em prática, e o processo contra o parlamentar foi arquivado em 2022.