Polícia Civil prende terceiro suspeito de assassinar Mãe Bernadete
O homem é o terceiro dos cinco denunciados pelo Ministério Público da Bahia a ser preso pelo assassinato da quilombola
- Categoria: Geral
- Publicação: 24/07/2024 21:52
A Polícia Civil da Bahia (PCBA) prendeu, na noite dessa terça-feira (23/7), em Salvador, o terceiro suspeito de participação no assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete.
Ydney Carlos dos Santos de Jesus foi detido em Salvador por oficiais do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Ele portava uma pistola municiada e drogas.
De acordo com a PCBA, Jesus é acusado de participar da execução da líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, que fica na cidade de Simões Filho, região metropolitana de Salvador.
A yalorixá foi assassinada na frente dos três netos, com pelo menos 25 tiros, em 17 de agosto do ano passado, aos 72 anos de idade.
Jesus é o terceiro de cinco denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MPBA) a ser preso pelo crime, após Arielson da Conceição Santos e Sérgio Ferreira de Jesus terem sido detidos em setembro de 2023.
Josevan Dionísio dos Santos e Marílio dos Santos — alvo de quatro mandados de prisão — seguem foragidos.
Segundo o MPBA, Mãe Bernadete, que era ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho, morreu em decorrência da luta contra o tráfico de drogas na região e por ter se posicionado contra a construção de uma barraca em uma área de preservação ambiental, a qual Marílio e Ydney usariam para vender drogas.
Ainda segundo o MPBA, as investigações apontaram que Arielson e Josevan seriam os autores dos disparos que mataram Mãe Bernadete, e que os dois teriam atuado a mando de Marílio e do “braço direito” dele, Sydney.
Os quatro integrariam uma facção criminosa de tráfico de drogas.
O quinto denunciado, Sérgio Ferreira, que é padrasto de Marílio, teria sido responsável por repassar aos demais as informações que motivaram o crime, além de orientar os atiradores sobre como proceder com a execução.
Os supostos atiradores, Arielson e Josevan, também foram denunciados pelo roubo de cinco aparelhos celulares pertencentes à líder quilombola e aos netos dela.
Além disso, um sexto investigado — acusado de armazenar as armas usadas no crime —, Carlos Conceição Santiago, foi denunciado por posse ilegal de arma de fogo.
Na última segunda (22/7), a 1ª Vara Criminal de Simões Filho acatou os pedidos do MPBA para que a ação penal fosse desmembrada e para que Arielson, Sérgio e Marílio sejam levados a júri popular.
Marílio está incluído no rol porque, embora seja considerado foragido, já está sendo representado por um advogado de defesa.
O desmembramento da ação ocorreu anteriormente à captura de Ydney, para agilizar o julgamento dos outros três réus.