Em audiência no STF, Chiquinho Brazão nega conhecer Ronnie Lessa
Supremo começou a realizar a oitiva dos acusados de participação no crime que resultou na morte de Marielle e Anderson
- Categoria: Geral
- Publicação: 22/10/2024 00:31
Em depoimento prestado por videoconferência ao Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Chiquinho Brazão negou conhecer o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a ex-vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, em 2018.
O julgamento do caso começou em agosto e agora a corte ouve os acusados de envolvimento com os homicídios.
“Nunca tive contato com Ronnie Lessa.
As pessoas são anônimas para você muitas das vezes.
Não tenho dúvida de que ele poderia me conhecer, mas eu nunca na vida tenho lembrança de ter estado com essa pessoa”, disse Brazão, que é apontado como um dos mandantes do crime.
Ele também afirmou que o irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, também não conhece Lessa.
Ambos estão presos por conta da acusação de envolvimento com os assassinatos.
A audiência foi conduzida pelo juiz Ailton Vieira, auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Chiquinho Brazão afirmou ainda que tinha "excelente" convivência com Marielle e negou ter qualquer tipo de disputa ou desavença com a ex-vereadora.
“Foi maldade o que fizeram.
Marielle tinha um futuro brilhante.
Ela era uma vereadora muito amável”, declarou ele.
Brazão chorou diversas vezes durante a oitiva, lembrou da rotina que tinha antes de ser preso.
O deputado foi citado por Lessa em um acordo de delação premiada.
O ex-PM afirma ter feito um tratado de U$ 10 milhões para cometer o crime e citou os irmãos Brazão como mandantes.
Ele teria recebido a proposta de obter um loteamento no bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio.
“Não é uma empreitada para você chegar ali, matar uma pessoa e ganhar um dinheirinho”, declarou Lessa no depoimento.
Também estão sendo ouvidos o delegado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior e o policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira, também réus no caso.